Os índices e o M2

29/02/2024

Ao longo dos últimos meses, venho chamando atenção do leitor a respeito da relação entre o agregado monetário M2 e indicadores econômicos, como o PIB Nominal e o próprio índice de ações do país.

A principal motivação: o fato do M2 brasileiro ter dobrado de 3 trilhões de reais para aproximadamente 6 trilhões de reais desde janeiro de 2020. Durante este período, a alta registrada no Ibovespa foi pífia (de aproximadamente 118.000 pontos até 130.000 pontos atuais). Sendo assim, se dividirmos o valor do índice pelo M2 (118.000/3000 = 39,33 em jan/20 e 130.000/6000 = 21,66 - nível atual), temos uma relação que "despencou" ao longo dos últimos 4 anos.

Já nos EUA, a história é bem diferente. No gráfico abaixo, preparado pelo FED de St. Louis temos um gráfico que ilustra esta relação e nos mostra sua importância. Por lá, a bolsa e o M2, historicamente, exibem um forte índice de correlação.

E observe que o crescimento do agregado monetário foi um movimento global. Na tabela abaixo, na última coluna da direita, observamos a taxa de crescimento de agregados monetários para diversos países desde o período pandêmico.

É curioso que nenhum dos países acima tenha registrado um crescimento de seu M2 tão significativo quanto o Brasil durante o período. Por aqui, a quantidade de dinheiro que podemos dizer estar "empoçada" na renda fixa é impressionante. A relação entre o M2 e M1 (dinheiro disponível para consumo) vem atingindo extremos; isto é, há uma enorme quantidade de dinheiro no país que, em algum momento, poderá ser convertido em consumo de bens e serviços. Para isso, entretanto, é necessário um nível de confiança por parte dos agentes que simplesmente parece estar ausente.

Marink Martins


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