Uma análise do livro THE FOUR, de Scott Galloway

27/07/2018

Scott Galloway é professor da (NYU) New York University. Lançado em 2017, seu livro "The Four" aborda as estratégias de negócios das gigantes da era digital - Amazon, Apple, Facebook e Google. Empresas de tecnologia, como IBM e HP, já dominaram o mercado, mas não possuem o componente vital que diferencia "The Four" - não conseguimos viver sem elas! A vida íntima dos usuários está ligada à elas, e partes de nosso corpo e nossas emoções simbolizam seus pilares de sucesso.

Amazon - Estômago. Explorando a necessidade evolutiva do ser humano em acumular comida e itens para a sobrevivência, o objetivo é nos vender tudo o que for possível. Ser a loja do mundo. Possui a maior rede de logística do planeta; faz entregas rápidas, destruindo as concorrentes, e fidelizando os clientes (Amazon Prime). Alexa, a assistente pessoal no "Echo Dot", faz pedidos via comando de voz. Rápido e instantâneo, perfeito para o século XXI. Amazon está comprando toda a cadeia de mercados americanos, criando centros de distribuição e lojas comandadas por robôs - quanto menos funcionários, menos custos, e mais lucro para os acionistas!

Apple - Luxúria. Qual a semelhança entre uma Ferrari, uma bolsa Louis Vuitton, e um iPhone? Tudo isto é exclusivo! Seus fãs mais convictos dormem em portas de suas lojas conceito para comprarem lançamentos. Steve Jobs é icônico e idolatrado - a maçã do conhecimento é uma religião secular. Ao ponto da marca desobedecer uma ordem do governo americano, para abrir o conteúdo do iPhone de um terrorista... e não sofrer consequências, graças ao empenho da opinião pública em proteger a empresa. O preço dos gadgets é muito acima do cobrado por concorrentes, porque Apple é design e luxo. Ser um consumidor Apple é ser arrojado, inteligente, inovador e atraente.

Facebook - Coração. Amor. Quem não vai curtir aquela foto do filho? Do noivado da melhor amiga, da formatura do irmão? O lucro do Facebook vem da informação que disponibilizamos para ele...de graça! Os anúncios são direcionados de acordo com nossas curtidas. E quanto maior for a polêmica e mais agressivo o conteúdo, maior é o número de likes. O circo romano na palma de suas mãos. Zuckerberg está envolvido em controvérsias sobre censura de conteúdo, feita por inteligência artificial - mas alega não ter uma empresa de mídia, afinal, quem produz o conteúdo? Nós! Os "culpados".

Google - Cérebro. O Deus da era digital! Confiamos no Google para todas as perguntas - só ele sabe nossos segredos e anseios mais profundos. Ele está em todo lugar - Maps, Agenda, Assistente, Youtube, Tradutor, Sleep. A renda do Google vem de anúncios patrocinados, dispositivos Android, Google Chrome, e sistema operacional Chrome OS.

Sabemos que "The Four" utilizam nossos dados e nossas preferências para nos venderem mais produtos - nisso, não há o que possa ser feito. Mas a dica de Galloway é: copie as boas estratégias de "The Four" em sua vida pessoal. Para sobreviver em um mundo digital com menos empregos, pergunte-se: Qual é meu talento? Use seu talento, copie boas ideias, melhore sua carreira, seja persistente e não tenha medo de falhar.

O autor enfatiza que o tempo de predominância de uma gigante no mercado é menor do que nossa vida - quem sabe você não será o criador de uma inovação disruptiva que poderá assumir o lugar de uma delas?

Equipe MyVOL

Ontem, o FED não surpreendeu. Fez o que muitos vinham comentando há semanas. Aqui mesmo, venho chamando atenção para a possibilidade de que os EUA estejam transitando de um "desinflationary boom" para um "inflationary boom" -- uma expansão econômica com um nível de inflação mais elevado.

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