Três temas para setembro

1. Des-inversão da curva de juros dos EUA

Após anos de curva de juros invertida nos vértices de 2 anos e 10 anos, temos agora uma curva que está "flat". O fato é que a economia está se desacelerando e, com isso, o mercado tenta se antecipar em relação ao FED derrubando a parte curta da curva. Se o FED irá conseguir promover o tal "pouso suave" ("soft landing") é a grande questão. Penso que, neste momento, há uma enorme complacência entre os agentes de mercado. Historicamente, apostar em pouso suave não parece ser algo com retornos convidativos.

2. Sazonalidade associada ao mês de setembro

Sabe-se que o mês de setembro tende a ser um dos mais desafiadores para a bolsa. No entanto, o gráfico acima nos mostra que -- tomando como base dados de retorno do S&P 500 entre 1950 e 2023 -- a situação tende a ficar mais difícil na segunda quinzena do mês. Uma das razões para tal fenômeno pode estar associado ao início do período de "Black Out" para muitas empresas -- um período em que as empresas não estão autorizadas a realizar operações de recompra de ações.

3. "Trailling Return" do Ibovespa

Não é de hoje que aponta o gráfico acima -- preparado pelo Rodrigo Côrtes, da Avera Trading -- como um dos mais importantes na análise do que está por vir para o IBOV. O gráfico nos mostra o retorno acumulado móvel em janelas de 50 e 100 dias. O gráfico é sensacional ao nos mostrar o caráter cíclico de certos movimentos de curto prazo. Assim, a linha amarela nos mostra que o IBOV foi lá e, mais uma vez, repetiu um ciclo de 15% de alta na janela de 50 dias.

Por fim, te convido a assistir o vídeo MyCAP Tendências Globais onde apresento alguns argumentos em prol de uma perda de correlação entre o Ibov e o S&P 500 para os próximos meses. Confira ao clicar aqui.

Marink Martins