Terça-feira de trégua?
Espero que esta terça-feira seja mais calma para os mercados. Expresso esse desejo não por estar "vendido" em VOL, mas por estar ciente de que as próximas semanas tendem a ser decisivas.
Ainda que seja do conhecimento dos agentes o fato de que a China não pretende promover uma expansão de crédito análoga ao que foi feito no pós-crise, há quem espere, por parte das lideranças chinesas, um conjunto de medidas que poderá envolver uma espécie de afrouxamento monetário. Em julho, de forma tímida, o banco central chinês cortou o compulsório e, com isso, promoveu alguns dias de alívio aos mercados. O que será que eles irão fazer agora? Perguntam os ansiosos por uma "ajudinha" das autoridades monetárias.
A ansiedade é pertinente e justa. Os mercados estão inquietos diante da falta de visibilidade associada ao caso Evergrande. Junte a isso, estão em curso problemas logísticos globais e uma intensa crise energética enfrentada na segunda maior economia do mundo. Como reagirá o Partido Comunista Chinês?
Como o leitor pode perceber, este é um momento repleto de dúvidas. Nesta terça-feira de feriado na China (Temos o "Golden Week" chinês, com os mercados reabrindo somente na sexta-feira) muito pouco será revelado no que diz respeito as questões centrais que vem afligindo os agentes.
Por tudo isso, o dia pede por uma postura tática. Sabe-se que o setor de petróleo está em clara tendência de alta, enquanto os ativos mais vulneráveis a alta nos juros (tecnologia, varejo, construção civil) permanecem em um mercado baixista. Penso que não há porque imaginar uma reversão deste processo no curtíssimo prazo. Sendo assim, sugiro que o investidor/especulador tenha em mente as tendências vigentes e não se esqueça que, devido a todos incertezas discutidas acima, ainda é momento de jogar na defesa.
Marink Martins