Rally do Alívio "again"!

Ok! A Evergrande irá honrar com os seus compromissos no curto prazo. Esse fato associado a um acordo em torno das questões dos precatórios e uma iniciativa dos democratas para evitar uma paralisação do governo dos EUA já são suficientes para impulsionar os índices globais de renda variável.

No entanto, a intensidade do "rally" é moderada. O ceticismo ao redor destas iniciativas é imenso, pois não há como fazer com que as causas associadas às questões do momento desapareçam com simples "canetadas". Ao longo dos últimos 13 anos, os governos "empurraram com a barriga" diversas questões globais ao injetar dinheiro de forma inusitada. Chegamos a um ponto em que fica claro que o remédio está rapidamente perdendo sua eficácia.

Sabe-se que a Evergrande está quebrada! Sabe-se que qualquer solução em torno dos precatórios é uma espécie de calote. Sabe-se que o endividamento dos EUA está fora de controle. Sabe-se também que, independentemente da solução para estes problemas, os mercados de ações continuarão a existir e a descontar a expectativa de crescimento da lucratividade futura das empresas.

Assim, vamos dançando conforme a música. Hoje o minério disparou abrindo um espaço para uma forte recuperação nas ações das mineradoras. É possível que o IBOV recupere os 6% de "underperformance" em relação ao S&P 500 registrado nos últimos dias.

Dito isso, é difícil escapar da aparente fragilidade do sistema. Talvez seja um efeito sazonal -- setembro e outubro são meses difíceis para os agentes. Para mim, esse repique é uma espécie de presente -- uma oportunidade de organizar os investimentos de uma forma um pouco mais defensiva. Afinal, continuo acreditando que é tempo de defesa!

Marink Martins