Principais temas internacionais para esta semana
Conflitos de interesse envolvendo o Vice-Chair do FED, Richard Clarida, poderão fazer com que ele siga o mesmo destino de Robert Kaplan e Erik Rosengreen. Isso poderá afetar negativamente as chances de que o mandato de Powell seja renovado em fevereiro de 2022.
A última semana foi marcada por tensões envolvendo o congresso dos EUA em torno do abismo fiscal. A sexta-feira, entretanto, foi um dia de alívio nos mercados. A questão do abismo fiscal foi "empurrada com a barriga" para o dia 3/12, e a Merck surpreendeu positivamente os mercados com avanços de um medicamento oral que poderá reduzir significativamente as hospitalizações associadas a Covid.
Na abertura dos mercados americanos e asiáticos neste domingo parecia que o otimismo iria persistir. Entretanto, a notícia de que a negociação com as ações da Evergrande fora suspensa em Hong Kong preocupou os agentes e pesou nos mercados.
Dentre as questões mais relevantes para esta semana temos os seguintes temas:
- Dados do desemprego dos EUA na sexta-feira: esté é o principal indicador da semana e é essencial para uma definição do momento de início do "tapering" nos EUA. Powell já disse que basta um número razoável e o processo se iniciará em novembro.
- Tensões EUA - China: A China não está cumprindo o acordo comercial assinado na era Trump. Com isso, uma reação americana é esperada para hoje. Será que teremos novas tarifas para produtos importados da China? Isso seria problemático em um período marcado por inflação elevada. Além disso, a SEC parece estar adiantando o processo de de-listagem de empresas chinesas listadas nos EUA.
- Desaceleração econômica na China: o país enfrenta uma crise energética junto com escassez de suprimentos. Uma crise alimenta a outra. Tudo isso em um ambiente marcado por desafios demográficos e climáticos (compromisso com o pico do uso do carbono em 2030). Explorei estes temas em meu texto publicado no fim da semana passada.
- Conflitos de interesse de membros do FED: desta vez o problema é com Richard Clarida, segundo homem do FED.
- Evergrande: pouco se sabe se empresa irá honrar com suas obrigações. A falta de visibilidade pode contribuir para um cenário de maior aversão a risco.
Para que você conheça melhor como o MyVOL pode te ajudar a transitar nos mercados com mais segurança, compartilho aqui o áudio matinal enviado aos assinantes nesta manhã. Confira:
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O momento é delicado, com pressões inflacionárias resultantes de problemas logísticos globais. O VIX se mantém elevado; acima de 20%. O DXY também anda pressionado, com os títulos de "high yield" da Ásia exibindo tensões.
Mais importante, os analistas continuam reduzindo as suas previsões para a lucratividade das empresas do S&P 500 para o terceiro trimestre de 2021. A previsão agora está em 48,89 dólares.
No Brasil, o "spin off" da participação da XP Inc. pelo Itaú tende a provocar muita volatilidade. A minha expectativa é de que o mercado irá "fritar XP" e, provavelmente, comprar Bradesco! Por que? Devido ao fato de que, nas últimas semanas, muitos agentes se envolveram em operações "long short" em que se comprava ITUB4 e se vendia BBDC4. Uma reversão de todo este processo é uma possibilidade. Em se tratando deste tema, proceda com cautela, pois os movimentos poderão ser surpreendentes.
Marink Martins