Ouro e Petróleo em relação ao S&P 500
Após a valorização vista nos meses subsequentes ao início da pandemia, o preço do ouro tem se mantido relativamente estável. Neste momento em que escrevo, o metal amarelo negocia a um preço de aproximadamente 1.904 dólares por onça troy; um patamar um tanto frustrante para muitos, dado que vivemos um período em que a inflação global está um tanto elevada.
Ao dividirmos o valor do índice S&P 500 pelo preço do ouro chegamos a uma razão de 2,3x; um pouco acima da média histórica medida desde 1970 de 1,6x. O desvio padrão desta relação é de 1,2 pontos. Sendo assim, ainda que o S&P 500 pareça apreciado em relação ao ouro, tal prêmio se mantém dentro de 1 desvio padrão. Neste sentido, vale destacar que durante o período da bolha do Nasdaq e seu subsequente colapso (1997 até 2002), tal relação chegou a atingir um patamar superior a 3,0x.
Algo similar ocorre na relação entre o S&P 500 e o preço do barril de petróleo. Atualmente, esta razão encontra-se em 42,7x, sendo que a média histórica desde 1970 é de 29,0x. O desvio padrão desta relação é de 22,5 pontos.
Um trabalho feito por Charles Gave -- um dos fundadores da Gavekal -- aponta que em momentos de forte aceleração no preço do petróleo em relação ao S&P 500, os mercados ficam vulneráveis a reprecificações mais expressivas.
Nos últimos meses, o preço do barril de petróleo flertou com patamares superiores a 135 dólares, mas caiu em seguida por diversas razões; dentre elas, o receio de uma recessão global e a liberação de reservas estratégicas dos EUA.
Sabe-se que uma importante decisão a ser tomada pela União Europeia no que diz respeito à importação de gás natural e petróleo oriundos da Rússia deverá impactar os mercados nas próximas semanas. Até lá, é provável que o mercado permaneça na velha dança aleatória de preços.
Marink Martins