One and Hold?

Antes que saibamos o desfecho do encontro da cúpula do G20, teremos que primeiro passar pela especulação a respeito do discurso de Jerome Powell, presidente do FED, nesta próxima quarta-feira.

Será que o FED irá sucumbir as enormes pressões impostas pela mídia financeira e pelo governo Trump nas últimas semanas?

É certo que há sinais alarmantes oriundos dos setores imobiliário e automobilístico nos EUA, mas confesso que qualquer sinal de reversão em sua declarada tendência de normalização da taxa básica de juros, além de surpreender os mercados, colocaria em check a independência do BC americano.

Dito isso, considero que esperar por um discurso claro neste sentido me parece "wishful thinking". 

Jerome Powell e Trump

O grande Jim Cramer, o mais influente dos comentaristas da mídia financeira norte-americana, acredita no que ele chama de "One and Hold".

Para Cramer, Powell irá elevar a taxa de juros em dezembro e sinalizar que ficará "data dependent" por todo o ano de 2019.

Tal mudança de postura seria algo extremamente radical visto que o próprio Powell, no início de outubro deste ano, disse que a economia americana estava ainda distante da neutralidade no que dizia respeito as taxas de juros na economia.

Sendo assim, concluo que o mercado está entrando em uma fase análoga aquela já vista em inúmeras ocasiões em que os "comprados" entram em uma fase de negação e passam a ignorar a possibilidade de que o ciclo altista esteja chegando ao fim.

Prepare-se para a recessão norte-americana. Ela está vindo!

Solidez do setor petrolífero dos EUA

No fim de 2015, em meio a derrocada no preço do petróleo, havia uma grande preocupação no mercado diante de uma percepção de fragilidade no que dizia respeito à capacidade das empresas envolvidas no setor de exploração de petróleo nos EUA em honrar com as suas dívidas.

A recente queda no preço do petróleo trouxe a tona as velhas preocupações.

Jim Cramer, entretanto, nos diz que de lá para cá tais empresas se capitalizaram através da emissão de ações, e encontram-se em uma situação bem mais confortável que outrora.

Marink Martins