O que diria Mao Tse-tung?

Em uma das apresentações feitas pela casa de pesquisa Gavekal ouvi uma anedota interessante que vale a pena compartilhar. Dizem que o líder da revolução comunista, Mao, reapareceu em sua cidade natal ao longo de 2020 e teve a seguinte conversa com um fazendeiro local:
Mao: Diga-me meu camarada. Neste novo século há comida suficiente para garantir que nenhum cidadão chinês passe fome?
Fazendeiro: Fome? Isso não existe mais na China. Muito pelo contrário. As crianças estão ficando obesas e há um aumento no número de diabéticos.
Mao: E a produção de aço? Nós já produzimos mais aço que a Inglaterra?
Fazendeiro: Inglaterra? Só a província de Heilongjiang já produz mais do que os Estados Unidos da América!
Mao: E a União Soviética? Eles conseguiram nos dominar?
Fazendeiro: A União Soviética se dissolveu. Não existe mais.
Mao: Então nós conseguimos acabar com o imperialismo, correto?
Fazendeiro: Na verdade, nós hoje somos os imperialistas...
Mao: E como ficou a minha tão amada revolução cultural?
Fazendeiro: Bem, seu sucesso foi tão grande que hoje estamos a exportando para os EUA!
O que Louis-Vincent Gave e sua casa de análise buscam nos transmitir é que a China não só vem exportando a sua revolução cultural, mas também seu modus operandi utilizado no combate a crises econômicas.
O keynesianismo chinês é um sucesso mundo afora. Está na pauta americana, na europeia, e se depender de Jair Bolsonaro, também na brasileira.
Enquanto isso, a China caminha em direção oposta. Ao contrário do que foi feito na crise do SaaRs de 2003 e crises financeiras de 2008 e 2015, a China não está expandindo seus gastos em infraestrutura.
Uma comparação entre diversos países nos mostra que a China foi um dos países que menos gastou (em proporção ao PIB) nesta pandemia.

Além disso, o país não está embarcando em políticas monetárias expansionistas seguida pelo ocidente.

Não é à toa que a moeda chinesa é a que mais se valoriza nos últimos meses. Aos poucos, aprendemos que a estratégia de guerrilha ilustrada pelo famoso livro vermelho de Mao Tse-tung parece estar funcionando.
Caso este sucesso se prove consistente, os gestores hão de se lembrar que O MUNDO ESTÁ SUB-ALOCADO EM ATIVOS CHINESES.
Marink Martins