O geólogo Art Berman nos fala sobre o preço do petróleo

"Espere por estabilidade no preço do petróleo"
Há quem acredite que o geólogo está sendo muito conservador em suas previsões. Todavia, caso ele esteja certo, creio que um cenário de estabilidade nos preços do petróleo -- nesta faixa entre 60 e 70 dólares -- seja extremamente convidativo para as ações da Petrobras. Digo isso, pois sabemos que questões políticas domésticas envolvendo a possibilidade de uma greve de caminhoneiros contribuem para que o preço das ações da Petrobras fique inversamente correlacionado ao preço do petróleo uma vez considerado preços superiores a 80 dólares/barril.
Por tudo isso, chamo atenção do leitor que, caso a nova direção da empresa mantenha os preços domésticos alinhados com os internacionais no curto prazo e não promova mudanças radicais na gestão, as ações da Petrobras podem estar em um ponto convidativo. Um problema é que o mercado já sabe disso. No mercado de opções é grande o número de titulares de contratos de opções de compra. Em paralelo, é grande o número de lançadores de contratos de opções de venda.
Ainda que a dinâmica associada ao mercado de opções possa representar um freio em um eventual movimento de valorização no curto prazo, creio que a variável que deverá mais contribuir para a valorização ou não das ações é o apetite do investidor estrangeiro. Nas últimas semanas, observamos que o diferencial de preço entre as ações ordinárias da Petrobras (favoritas dos investidores estrangeiros) e suas preferenciais ficou bem negativo. O fato é que o investidor estrangeiro permanece cético. Uma reversão deste processo tende a ocorrer na medida em que a empresa passe a divulgar resultados mais interessantes. Isso poderá levar algumas semanas. Vamos ver.
Marink Martins