O dólar e o verdadeiro lastro
Na imagem abaixo, podemos ver que 1 dólar de hoje equivale a somente 1/20 do dólar da data em que o Banco Central Americano (FED) foi criado em 1913.

Acima, um gráfico ilustrando a perda do poder de compra da moeda americana desde a criação do FED em 1913.
Em 1944, economicamente mais forte que seus pares e detendo 2/3 das reservas em ouro, os americanos promoveram o dólar como reserva de valor global.
O dólar entretanto era parcialmente lastreado em ouro.
Gastos excessivos durante os anos 60 fizeram com que o resto do mundo ligasse para Washington dizendo: Ei você aí, me dá meu ouro aí...
Assim, no dia 15 de agosto do ano de 1971, o presidente Nixon, de forma surpreendente, suspende a conversibilidade e anuncia ao mundo que o dólar vale... bem, o dólar vale o que ele vale... e "parem de encher meu saco pedindo o seu ouro de volta", rsrs. O dólar continuou sendo a reserva de valor global, porém, não contou mais com um taxa de conversibilidade em ouro. Iniciou-se o ciclo das moedas fiduciárias, sem lastro em metais, e sem valor intrínseco.
Neste período, o marco alemão e os títulos soberanos alemães de prazos longos estavam entre os ativos que melhor se destacaram.
Afinal, o verdadeiro lastro de uma moeda não reside em um metal, mas sim na capacidade do governo responsável pela moeda de gerar receitas tributárias.
Cada vez que tal governo gasta mal - em ativos que não geram retornos - este acaba aumentando a sua necessidade de geração de impostos.
Nós brasileiros, assim como boa parte do mundo, não temos sequer um papel moeda para exibir em um gráfico como o ilustrado acima.
Dito isso, o sistema está em crise. Não por causa dos bancos centrais, mas sim por causa da falta de incentivos para que políticos adiram a uma maior disciplina fiscal.
No passado, um renomado estrategista uma vez disse: nos EUA, invista sempre em ações; já na Alemanha, invista sempre em renda fixa! Afinal, cada país carrega o seu trauma; os americanos são traumatizados com a grande recessão de 1929 enquanto os alemães são traumatizados com a inflação de República de Weimar entre 1921 e 1923. Assim, em momentos de adversidade, os americanos buscarão sempre evitar o desemprego enquanto os alemães farão de tudo para evitar a inflação.