O dia da virada do CÍCLICOS

Esta quinta-feira foi capciosa! Pela manhã os mercados estavam mais pesados, com o S&P 500 negociando próximo a mínima da semana, o preço do petróleo estava em queda e as petrolíferas estavam registrando quedas superiores a 1%. De repente, veio uma virada no segmento classificado como cíclico, envolvendo não só petrolíferas, mas também os bancos e outros setores que tendem a se beneficiar de uma expansão econômica.

Por aqui não foi diferente. As ações da Petrobras negociaram ex-proventos de R$3,09 e não decepcionaram. Lideraram uma alta que levou o IBOV de volta a um patamar superior a 104.000 pontos. Com a aprovação da MP dos Precatórios, há muita gente pensando que o pior ficou para trás. Há quem diga que o pagamento dos proventos da Petrobras, no dia 15/12, poderá contribuir para uma forte recuperação no índice doméstico.

Além disso, temos também o argumento que apresentei ontem ao dizer que "O IBOV é o índice da virada". Este argumento tem a ver com a dinâmica associada ao "dollar index" (DXY) e com a possibilidade da China promover uma modesta expansão de crédito que poderá reverberar positivamente por aqui.

Por um outro lado, a incerteza desta vez parece estar associada ao comportamento dos índices americanos. Embora a mudança de tom de Jerome Powell tenha provocado uma queda modesta nos índices, há segmentos na bolsa americana que estão sofrendo quedas expressivas, superiores a 30%. Falo aqui de ações de empresas especulativas que muito se beneficiaram de uma antecipação de receita durante o período pandêmico e também de empresas que se beneficiaram de uma febre especulativa que ainda se faz presente em todo o mundo. Com relação a este assunto, precisamos aguardar e observar.

Marink Martins