O desafio dos 3Ds: Demografia, Dívida e Deflação
Embora a minha atuação no mercado tenha um horizonte de tempo relativamente curto, tenho um objetivo de longo prazo bem definido: crescer através da estratégia de dynamic hedging em diversos ativos. Hoje, coloco em prática esta atividade fazendo uso de dois ativos (Petrobras e BOVA11), mas, quem sabe, no futuro eu possa ampliar as alternativas.
Uma das razões pela qual opto por este caminho, ao invés de ir aos poucos construindo uma carteira de ações pensando no longo prazo, tem a ver com a tese delineada pelo professor Robert Gordon, da Northwestern University.
Há quem fale sobre o desafio dos 3 Ds: Demografia, Dívida e Deflação. O professor Gordon, por sua vez, fala de 4 forças que deverão impedir que a economia norte-americana continue a crescer como no passado: Demografia, Nível Educacional, Endividamento e Desigualdade Social. Assista ao seu vídeo ao clicar abaixo (vídeo com legendas em português).
Já argumentei por aqui -- ao comparar o comportamento do IBOV com o preço de entrada no parque da DisneyWorld -- que o preço de entrada de um investimento é algo extremamente relevante. Observe que os ativos tendem a se apreciar seguindo a influência de 3 fatores: crescimento populacional, ganhos de produtividade e expansão de múltiplos de lucros.
Caso o professor Gordon esteja certo, o crescimento populacional no mundo desenvolvido será pífio. Assim, performances positivas dependeriam dos outros dois fatores. Entretanto, a desigualdade social e de nível educacional combinadas com um enorme endividamento individual e corporativo não devem contribuir para um maior crescimento econômico. Por fim, pensar em expansão de múltiplo talvez seja uma forçação de barra.
O investidor mais otimista pode argumentar que tais problemas são problemas exclusivos de países desenvolvidos e que o Brasil poderá ocupar um espaço cada vez mais relevante na economia global. Isso certamente é uma possibilidade, porém, não devemos ignorar que o país também estará vulnerável aos diversos fatores enunciados neste texto. Além disso, o valuation das ações brasileiras - medido pelo índice Preço / Lucro projetado para os próximos 12 meses - não representa uma pechincha. Tal índice está muito próximo a média histórica.
Por um outro lado, o argumento que considero ser o mais relevante e favorável para as ações domésticas é o fato de que a participação institucional no segmento de renda variável ainda tem espaço para crescer. Falo aqui de uma maior participação em bolsa por parte de fundos de pensão, seguradoras e outras empresas.
Mesmo assim, a forte dependência do país relativa ao setor de commodities poderá restringir uma maior apreciação do IBOV. Restará ao investidor ser extremamente seletivo em sua escolha das ações do futuro. Uma tarefa árdua e que, historicamente, não se apresenta como uma atividade economicamente interessante dado que a maioria dos gestores institucionais tendem a obter uma performance inferior ao seu próprio benchmark - o IBOV.
Por tudo isso, te convido a conhecer a estratégia de Dynamic Hedging e aprender como esta poderá alterar a sua forma de atuar no mercado de ações.
Abaixo, compartilho com você o resultado bruto obtido na condução desta estratégia através da série que gerencio na Inversa Publicações (Clube dos 5). Trata-se de uma Operação Padrão iniciada com valor de R$100.000. Os assinantes podem iniciar suas operações a qualquer momento e com qualquer valor; basta manter a proporcionalidade com as posições divulgadas na Série. No gráfico abaixo, a barra negativa em destaque no mês de junho, foi relacionada aos impactos da greve dos caminhoneiros em 2018.
Marink Martins