Não culpem a OPEP+ pela queda nos mercados
Os mercados caem nesta segunda-feira ao redor do mundo. Não se trata de uma queda expressiva, mas sim, uma que exibe -- pelo menos no momento em que escrevo -- uma maior correlação global. E CORRELAÇÃO foi o tema que explorei em meus vídeos e textos na última semana. Em suma, argumentei que a correlação setorial de 5 dos principais setores do índice S&P 500 se aproximava de 0,60, que era um patamar que se apresentava como um provável ponto de virada nos mercados. Além disso, enfatizei também que os agentes estão condicionados a esperar por resultados excepcionais vindo de Wall Street, e isso, por si só, já representava uma maior vulnerabilidade.
Vale lembrar que na sexta-feira do dia 9/7 -- feriado do dia 9 de julho na B3 -- as bolsas globais reverteram o que parecia ser um início de um ciclo de realização de lucros devido a interferência do BC chinês que decidiu cortar o compulsório dos bancos em 0,50%. Naquela ocasião, a grande preocupação do mercado parecia ser uma certa aversão a ativos de tecnologia da China. O preço das ações da Alibaba, da Didi e outras caíam fortemente.
A "canetada" funcionou e as "chinese techs" se recuperaram. Alibaba, por exemplo, saiu dos 200 dólares registrados no fechamento de quinta-feira, dia 8/7, foi acima de 215 dólares, e, neste momento que escrevo, está em 208 dólares, aproximadamente.
Contudo, outras notícias ao longo da última semana ajudaram os mercados internacionais a se estabilizarem. Os dados relacionados à variante Delta pareciam assustar menos. Além disso, a Apple anunciou que irá aumentar a produção de Iphones em 20%. O preço da ação reagiu positivamente e levou a empresa a uma capitalização de mercado próxima a 2,5 trilhões de dólares.
Para que você não perca a conta. Vamos lá... nos últimos 6 dias tivemos: PBoC (corte no compulsório) >> "Chinese Tech" (recuperação) >> Variante Delta (percepção de baixo nível de hospitalização) >> Apple (aumento na produção de Iphones).

Reitero também que, para a Petrobras, o preço do Brent entre $60 e $75 é sensacional, pois, não só gera maior lucratividade, mas reduz os riscos de intervenção do governo. Dito isso, no curtíssimo prazo temos que conviver com a irracionalidade predominante no mercado que privilegia o que chamo de ativos de longa duração (aqueles que o potencial de lucro está bem distante).
Marink Martins