Identificando sinais de estresse nos mercados
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Sabe-se que embora o FED exerça controle direto da taxa de juros de curtíssimo prazo na economia, em se tratando de taxas mais longas -- em particular, aquelas praticadas no mundo corporativo -- o "jogo" é diferente. O "spread" ou diferencial entre as taxas dos "treasuries" e as taxas corporativas abrem e fecham com base em diversos fatores. Dentre eles, a percepção de crescimento na lucratividade do setor corporativo é um dos principais fatores.
Em seu texto publicado hoje, Charles Gave explora este tema e nos apresenta um gráfico interessante que compartilho abaixo, seguido de um áudio explicativo.
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No espírito do tema explorado por Charles Gave, compartilho abaixo um gráfico que comprova justamente sua tese. Veja abaixo como a taxa das hipotecas de 30 anos vem subindo nas últimas semanas. Em outras palavras, o "spread" está ficando cada vez mais largo.
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A grande questão é a seguinte: será que o FED irá, de fato, cumprir com o aperto monetário que vem sendo comentado pela mídia? Ou será que é simplesmente uma retórica para fazer com que os mercados se ajustem de forma antecipada, e desta forma, fazer com que a economia (inflação) se ajuste por via do EFEITO RIQUEZA ("Wealth Effect")?
Este é o tipo de questionamento em que não há uma resposta imediata. Quem viver verá! Dito isso te deixo com as palavras finais de Charles Gave e suas recomendações defensivas:
My advice remains the same: (i) monitor the Vix and my financing spread daily, (ii) monitor the ratio between the S&P 500 and oil prices daily, (iii) sell US corporate bonds and adopt robust positions in Asian currencies, (iv) build anti-fragile positions comprising gold and Chinese bonds, (v) buy out-of-the-money Japanese yen calls and (vi) cut duration in all US assets, and for the very brave buy call options on both the Vix and US treasuries.
Traduzindo: monitore o VIX, monitore o spread entre o S&P 500 e o preço do petróleo, se livre de títulos de renda fixa dos EUA e compre títulos de renda fixa na Ásia. Monte uma carteira pensando em antifragilidade, composta de ativos como CGBs e ouro. Compre CALLs longos em contratos associados a moeda japonesa. Reduza o "duration" de todos os ativos em sua carteira. E para os mais ousados, compre CALLs associados ao VIX.
Marink Martins