Dois fatores em contraposição ao iminente aperto monetário do FED
Vivemos um momento de grande indefinição nos mercados internacionais no que diz respeito ao ritmo de aperto monetário a ser imposto pelo FED. Amanhã teremos um discurso de Powell que poderá nos fornecer um melhor direcionamento quanto a esta angústia. Enquanto isso, deixo o leitor com duas observações que poderão ser importantes na condução dos negócios nesta semana que se inicia:
1. Comportamento do índice da bolsa de Hong Kong (Hang Seng)
Não é de hoje que venho chamando atenção ao fato de que, de julho/21 para cá, o nosso IBOV vem exibindo uma forte correlação com o índice Hang Seng. Seria esta uma correlação espúria? Penso que não. Não devemos descartar a possibilidade de que o choque regulatório chinês, de forma indireta, tenha afetado negativamente a demanda por ativos brasileiros.
A boa notícia -- como podemos ver no gráfico acima -- é que o Índice Hang Seng começa a ensaiar uma recuperação. E o mesmo está ocorrendo por aqui.
2. Expansão do crédito bancário nos EUA
O ano de 2022 se inicia com uma espécie de "taper tantrum"; isto é, uma espécie de mau humor do mercado em relação à possibilidade de remoção dos estímulos monetários por parte do FED. Mesmo assim, analistas da casa de pesquisa Gavekal se mostram menos preocupados por acreditarem que os bancos americanos irão promover um movimento compensatório que poderá aliviar parcialmente as tensões nos mercados.
Marink Martins