Do Pré-Sal ao "AI"

05/02/2025

Olhando os dados de produção da Petrobras, pergunto:

O que seria da empresa sem o Pré-Sal?

Hoje, 80% da produção da empresa é oriunda da exploração do Pré-Sal.

Na época da descoberta dos primeiros poços (2006 a 2008) houve uma tremenda euforia no mercado. As ações da empresa dispararam.

Após a euforia, entretanto, veio o choque de realidade associado a necessidade de investimentos maciços.

Em 2010, a empresa fez uma mega captação de 75 bi de dólares.

Junto com o potencial de enriquecimento, veio também o excesso de vaidade que, combinado com o oportunismo político, resultou no colapso da empresa nos 5 anos subsequentes.

E falando em exploração, produção e investimentos, poderia aqui falar também da Vale e seu enorme projeto em Carajás -- o S11D. Hoje boa parte do minério de qualidade produzido pela empresa vem justamente de lá. A já privatizada Vale não sofreu com as mesmas interferências políticas vividas pela Petrobras, mas, mesmo assim, fez suas "bobagens". Relatos de funcionários apontam que a gestão do saudoso Roger Agnelli foi dominada por excesso de vaidade que resultaram na aquisição da Inco (Canada) e outros investimentos que se provaram problemáticos.

A minha motivação ao abordar os temas Pré-Sal e S11D tem a ver com os excessos e intervenções políticas associados aos investimentos norte-americanos em Inteligência Artificial ("AI").

Não há dúvida que, após a euforia, de uma forma ou de outra virá a "ressaca" associada a elevados CAPEX (investimentos em produção).

O curioso é que assim como o Brasil fez com a Petrobras -- instaurando exigências no uso de "conteúdo local" no processo de exploração -- algo similar ocorre no hemisfério norte.

Talvez a comparação que busco fazer seja uma forçação de barra. O meu objetivo, porém, é chamar atenção para a ciclicidade de um período que se estende da euforia de uma descoberta até as decepções da implementação.

Os EUA são excepcionais, mas isso não impediu que a Intel e a GE frustrassem seus investidores como se fossem empresas brasileiras.

Marink Martins


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