Déficit dos EUA -- Trump vs Harris

22/10/2024

Sabe-se que, dentre as diferenças de campanha entre Trump e Harris, a principal delas diz respeito a continuidade ou não do corte de impostos corporativos (de 34% para 21%) implementadas por Trump em 2017. Há quem diga que mais de 20% do aumento na lucratividade das empresas entre os anos de 2018 e 2023 vieram justamente deste corte de tributos. 

Sabe-se também que tal medida tributária caduca no fim de 2025 e que, se nada for feito, os impostos corporativos irão saltar para níveis mais elevados. O desejo de Kamala Harris é que tal tributação suba de 21% para 28%. 

Por esta e outras razões, projeções orçamentárias feitas pelo "Congressional Budget Office" (CBO) (algo equivalente ao Instituto Fiscal Independente brasileiro) apontam para um déficit fiscal, ao longo dos próximos 10 anos, que tende a ser maior em um governo Trump do que em um governo Harris. Veja os gráficos abaixo:


1. O déficit fiscal americano em relação ao PIB não para de crescer!

2. O pagamento anual dos juros da dívida ("net interest") será a maior despesa do orçamento. 

3. Diversas medidas de natureza tributária caducam em 2025. Renova-las será extremamente custoso aos EUA. 

4. Quem gastou mais: Trump ou Biden?

5. Qual candidato deverá acrescentar um maior endividamento aos EUA?

6. Medidas de Harris tendem a ser "perversas" ao mercado de capitais. Abaixo, podemos ver aumento no imposto sobre recompra de ações, aumento no imposto sobre dividendos, incidência sobre ganho de capital não realizado, e outros. 

7. Medidas de Trump tendem a ser "perversas" em questões geopolíticas. Aumento drástico de tarifas impactando diretamente a China e o México. Imposição de tarifas sobre importações de países que busquem um caminho alternativo a "dolarização".  

8. Trump tende a gerar déficits anuais maiores do que Harris. 

9. No longo prazo (2035), a dívida líquida dos EUA em relação ao PIB tende a ficar acima de 130%. De acordo com o CBO, Trump tende a levar a relação para 142%, enquanto Harris tende a levar para 133%. 

Marink Martins



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