China vs. Índia

08/10/2024

Venho argumentando que, por trás do "rally" visto no preço das ações chinesas, há, dentre muitos fatores, um associado à rivalidade entre a China e a Índia. Explorei este tema em maiores detalhes neste vídeo que você pode acessar clicando aqui.

Sendo assim, um dos temas ocupando a mídia financeira diz respeito à possibilidade de que dinheiro venha sair da Índia em direção ao mercado acionário chinês. Sobre este tema, veja o que Louis Gave disse recentemente:

"Como eu vejo, a árvore de decisões é bastante simples.
A primeira pergunta é se o rali das ações chinesas têm sustentação? Se a resposta for NÃO, então as ações indianas não devem ser negativamente impactadas. Se a resposta for SIM, isso nos leva à próxima questão.
A segunda pergunta é se um mercado em alta na China será suficiente para levar a uma alta mais ampla nos mercados emergentes (EM)? Historicamente, a resposta para essa pergunta é SIM. O que nos leva à terceira pergunta.
A terceira pergunta é: se tivermos uma alta mais nos mercados emergentes, será que começaremos a ver um maior fluxo de recursos para mercados emergentes? Se a resposta for NÃO, então as ações indianas podem sofrer. Se a resposta for SIM, então as alocações nos mercados emergentes devem significar que haverá bebida suficiente no "ponche" para que todos continuem festejando...

Acredito que o mesmo racional se aplica às ações brasileiras. No passado, estímulos fiscais chineses eram praticamente uma garantia de um rally em tudo relacionado a commodities. O fato é que o mundo mudou e a China também. O foco do gigante asiático não é mais o setor de infraestrutura e construção civil, mas sim o setor industrial.

Assim, para que o Brasil possa se beneficiar deste movimento de uma forma mais consistente é necessário que o "rally chinês" consiga afetar positivamente os "animal spirits" dos agentes em direção a uma maior alocação em mercados emergentes de uma forma mais ampla. Neste caso, o Brasil, que conta com uma participação inferior a 5% na carteira MSCI EM, poderá se destacar simplesmente pelo fato de haver uma "sub-alocação" global em ativos do país.

Marink Martins

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