A hora da verdade para o IBOV!

17/04/2018

Entramos em uma fase divergente no que diz respeito ao comportamento do Ibovespa vis-a-vis o comportamento do S&P 500.

O primeiro perdeu seu ímpeto devido as incertezas em torno das eleições presidenciais e a divulgação de indicadores relativamente fracos de retomada da economia brasileira. Já o segundo parece ganhar força à medida que as empresas americanas divulgam seus melhores resultados trimestrais de todos os tempos.

Vivemos nos EUA um período de "peak-earnings"; isto é, um período onde o crescimento na lucratividade tende a atingir seu ápice. Estima-se que o crescimento do lucro por ação das empresas que integram o índice será de 19% em 2018, caindo para 10% em 2019. Tal expectativa vem contribuindo para um cenário mais estável mesmo diante de incertezas políticas relacionadas a guerra comercial com a China e uma maior possibilidade de intervenção regulatória em empresas de mídia como a Facebook e a Google.

Enquanto isso, no Brasil o sentimento já é mais sombrio. Após um começo de ano de elevada empolgação - entraram US$7 bi oriundos de capital estrangeiro na B3 - os agentes estão acordando para a dura realidade do cenário político-econômico brasileiro. Aos poucos nota-se que o ajuste fiscal de curto prazo é 100% dependente de receitas não-recorrentes e que a retomada da economia nada mais é do que uma retomada cíclica, ou, como os americanos gostam de chamar, um "dead-cat bounce". E o pior é que as perspectivas de elegermos um líder que tenha força para promover as reformas necessários em 2019 parece remota.

Diante disso, há o perigo no Brasil de uma reversão de expectativas que poderá fazer com que investidores institucionais e pessoas físicas, frustrados com o fraco desempenho econômico, resolvam reduzir suas exposições a bolsa, e com isso contribuam para um movimento de queda ainda mais expressivo. 

Marink Martins

Ontem, o FED não surpreendeu. Fez o que muitos vinham comentando há semanas. Aqui mesmo, venho chamando atenção para a possibilidade de que os EUA estejam transitando de um "desinflationary boom" para um "inflationary boom" -- uma expansão econômica com um nível de inflação mais elevado.

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