A era dos "Trend Followers"
12/03/2021

Nada é tão permanente quanto uma iniciativa temporária de um governo!
Dizem que esta frase é do economista Milton Friedman. Bem, Paulo Guedes diz que o programa de assistência a pequenas e médias empresas (PRONAMPE) deverá se transformar em algo permanente. Há quem diga que o auxílio emergencial deverá nos acompanhar por um período bem mais longo do que os 4 meses aprovados pela câmara. Não devemos duvidar de mais nada, ainda mais depois da decisão tomada por Fachin no início desta semana.
Nos últimos dias venho buscando transmitir um maior otimismo quanto ao preço das ações domésticas. No meio da semana sugeri que o leitor adotasse uma postura contrária, apostando em estatais como a Petrobras ao invés das queridinhas do momento (as ações de empresas exportadoras). Felizmente, tem sido uma boa aposta.
Dito isso, é importante deixar claro que meu otimismo advém de expectativas alinhadas com a ideia de "crack up boom" do economista Mises. Na minha opinião, vivemos um grande ciclo piramidal na bolsa que, em algum momento, nos trará enormes problemas. Difícil, entretanto, é saber quando! Ficar de fora, à espera de um crash -- que poderá ou não ocorrer -- é certamente uma opção. Opção essa que não posso escolher. Estou na bolsa diariamente, colocando em prática a minha operação do Cerco Dinâmico com ações e opções de Petrobras.
Sendo assim, o momento no mercado nos força a atuar constantemente como um "caçador de tendência" ("trend follower"). E essa atividade requer uma dinâmica própria. Ser um caçador de tendência é ser um perverso no mercado. A expressão inglesa "take no prisoner" (não faça reféns) resume muito bem o estado de espírito deste ser. O caçador de tendências vive o dia a dia do mercado tentando constantemente se livrar de qualquer ancoragem a preços. Não é fácil. Confesso que tenho uma dificuldade enorme com essa postura. Mas, a cada dia, observo que, cada vez mais, devo caminhar nesta direção se quero continuar atuando diariamente nos mercados.
Um bom fim de semana a todos,
Marink Martins