A dinâmica de preço da Petrobras PN
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Aqueles que acompanham o meu trabalho sabem que me dedico a operações de delta hedge com ações da Petrobras PN.
Por isso, quero aqui expressar a minha visão de mercado com relação ao que vem ocorrendo com a precificação deste ativo nas últimas semanas.
Sabe-se que, no dia subsequente a divulgação do resultado do 3T20, o preço das ações caiu de forma expressiva e surpreendente. A queda ocorreu em meio a um forte volume e provocou um efeito de chicote discutido previamente aqui nestes comentários diários.
Subsequentemente tivemos as eleições americanas e os anúncios de descobertas de vacinas que muito contribuíram, não só para um repique nos mercados, mas também para um forte movimento de rotação setorial que beneficiou empresas da "velha economia" - dentre elas, a Petrobras.
O movimento foi forte e ocorreu de forma explosiva. Com isso, diversos investidores ficaram presos em estruturas com opções que hoje estão bem dentro-do-dinheiro. Explicando de forma mais simples, muitos investidores ficaram presos em operações que hoje apresentam baixíssimo rendimento.
Sair destas operações e caminhar para operações mais rentáveis não é algo tão simples e direto como pode aparentar. O preço das opções é afetado pela curva de volatilidade e, em momentos como este que descrevo, o mercado cobra um certo pedágio para tal movimentação.
Sendo assim, temos uma configuração que faz com que o preço das ações da Petrobras se comporte de uma forma um tanto "leve" - pelo menos em termos relativos.
Estamos vivendo um período de retomada dos fluxos estrangeiros. Tal fluxo tende a continuar beneficiando empresas tradicionais; em particular aquelas associadas a commodities.
Marink Martins